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BRUNA MAYER
(Curitiba, Brasil, 1986)
PRÁTICA ARTÍSTICA
Artista visual cuja prática interdisciplinar transita entre vídeo, instalação, pintura, intervenção pública e fotografia. Seu trabalho explora os limiares entre vida e morte, a transitoriedade da existência e as forças vitais que moldam todos os seres.
Trabalhando com microrganismos vivos e elementos orgânicos e efêmeros—como fluidos corporais, água, ágar, entre outras substâncias—Bruna adota uma abordagem processual que evidencia a instabilidade dos materiais e sua constante transformação, à medida que se deslocam, expandem e se degradam.
O corpo ocupa um lugar central em sua prática, servindo como meio de documentação e experimentação. Ele se manifesta por meio de ações ou como vestígio, deixando resíduos materiais que evocam tanto presença quanto ausência. Seu trabalho explora as extensões do corpo—transitando do biológico ao simbólico, do psíquico ao emocional—questionando os limites entre o interno e o externo, o visível e o latente, o íntimo e o coletivo.
O embate entre o corpo e a matéria orgânica e porosa em suas obras —seja de forma direta ou indireta—cria uma tensão entre atração e aversão, inerente à nossa condição humana, muitas vezes evocando desconforto ou inquietação.
Nos últimos anos, Bruna aprofundou sua pesquisa com microrganismos, cultivando colônias de fungos e bactérias para refletir sobre simbiose, resiliência e interdependência. Seu trabalho atravessa e transcende as fronteiras entre o humano e o não humano, a natureza e a cultura, o biológico e o simbólico, revelando os entrelaçamentos entre todas as formas de vida. Paralelamente, desenvolveu uma série de pinturas com sangue, abordando o luto e a perda, ao mesmo tempo em que reivindica o corpo como território de vivência e criação.
Sua prática é uma meditação sobre os ciclos de morte e renascimento, revelando forças que frequentemente permanecem ocultas. Seu trabalho materializa aspectos da existência muitas vezes negligenciados ou reprimidos, mas que, ao serem negados, tornam-se ainda mais persistentes, infiltrando-se e expandindo-se invisivelmente. Assim, ela investiga os fenômenos sutis que atravessam e permeiam tanto o corpo quanto a natureza.
BIO | EXPOSIÇÕES | FORMAÇÃO
BRUNA MAYER (Curitiba, Brasil, 1986) é mestre em Artes pela Universität der Künste Berlin (UdK, 2022), bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2015) e contemplada com uma bolsa de estudos do Art Center College of Design (Pasadena, EUA, 2009), onde estudou Ilustração. Durante sua residência artística na GlogauAIR (2018), realizou uma intervenção na vitrine voltada ao espaço público. Em Berlim, também desenvolveu intervenções no Parque Tiergarten (2020) e no Konzertsaal da UdK (2022).
Entre suas exposições, destacam-se a Bienal Internacional de Curitiba (Brasil, 2021), Klosterfelde Edition (Berlim, Alemanha, 2023), KühlhausBerlin (Berlim, Alemanha, 2022) e Floating University (Berlim, Alemanha, 2021). Entre suas mostras recentes, destacam-se Caroço (São Paulo, Brasil, 2024), De School (Amsterdã, Países Baixos, 2020), GlogauAIR Gallery (Berlim, Alemanha, 2018) e Bunker 101 (Colônia, Alemanha, 2018), entre outras. Recebeu o prêmio de Melhor Curta-Metragem no Los Angeles Brazilian Film Festival (Los Angeles, EUA, 2015).